sábado, 19 de julho de 2008

Sihui

***Comecei a escrever esse texto semana passada, em Sihui, mas a falta de tempo e o excesso de sono me impediram de terminá-lo antes. Apesar de ser velho pra mim, e de estar em Guangzhou agora (os dois últimos textos, fora esse, são daqui) será novo pra vocês =)

Voltei! Desculpem a demora, mas esses dias foram bem corridos. Meu corpo dessa vez está demorando mais a se acostumar com a diferença de fuso e, por isso, continuo dormindo menos do que o necessário à noite. Aí de dia acontece o contrário, quando deveria dormir no Brasil, estou trabalhando e tem sido bem difícil manter meus olhos abertos. Quando chego ao hotel, descanso e mato um pouco da saudade da família e dos amigos. Mais da família, confesso. Preciso deles sempre.

Quando soube que vinha pra cá, minha maior preocupação era por ter que vir sozinha e passar pela imigração e vir sozinha sem ninguém conhecido por perto. O primeiro se deve por ter sido colocada numa sala fechada a chave pelos guardas da imigração, quando estava indo sozinha de Wenzhou para Hong Kong, pra encontrar meu chefe. Na hora fiquei mega assustada “será que vou ser presa?” “talvez deportada”, “vou virar comida...esses chineses comem de tudo, né...”, “será que eles vão me matar e me jogar nesses matagais?”(em volta dos aeroportos só tem mato). Mas nada disso aconteceu. Eles só estavam zuando da minha cara. Mulher, estrangeira, sozinha... bom, “forget about”!!A segunda parte, na minha cabeça sempre soube que seria mais difícil. Quem me conhece (nem precisa ser muito) sabe o quanto sou dependente de gente. Principalmente a quem tenho muito apego. Fora aqueles momentos normais que todo mundo precisa de ficar sozinho, não gosto de ficar sozinha, de sair sozinha, preciso de companhia. Achei que vir pra cá, outro mundo, pra uma cidade do interior, pra ficar um mês inteiro, com apenas uma pessoa pra conversar e, mesmo assim, só em inglês, fosse ser um pesadelo. Mas nem tem sido.

Tenho trabalhado demais e isso tem ajudado pra que eu não sinta tanto. Fora isso, a cidade me encantou. Aqui é uma China muito tradicional, diferente daquela que conheci da outra vez. A cidade, pros padrões daqui, é minúscula. Sihui (lembrei!!) possui 300.000 habitantes. Nas ruas, milhões de mini mercadinhos, feiras de tudo o que vocês podem pensar. Roupas, bugigangas, comida, utilidades do lar e até umas coisas estranhas que ainda não consegui identificar. Na rua (não a calçada, a rua mesmo) milhões de bicicletas, motos, carros, carroça, micro ônibus (são uma graça), gente, muita gente, buzina, criança, naquele esquema de “tudoaomesmotempoagora”!!

As pessoas são encantadoras e super curiosas. Cheguei a passar por uma rua cheia e todo mundo parar o que estava fazendo pra olhar pra mim. No interior, eles não têm o costume de ver pessoas "diferentes" das de lá. É quase que um evento. Nos restaurantes, as garçonetes que estão aprendendo inglês vêm falar com você, tentam conversar e a empolgação é tamanha, que elas não dão espaço. A comida chega e elas continuam lá, falando, te perguntando de onde você veio, o que está fazendo lá, qual a profissão, se podem sair com você depois do serviço pra passear, qual o seu telefone... uma loucura...adorável. Se fosse no Brasil, chamaria de malas, mas aqui não, e diferente. Primeiro por que não importa se sua comida está esfriando, eles gostam de tudo em temperatura ambiente ( inclusive refrigerante, água, tudo). Depois por que pra esse tipo de coisa o chinês não é nem um pouco cerimonioso. E também por que a duçura com que vêm fazer a abordagem é gigante, tanto que não permite que eu sinta qualquer coisa ruim. Até confesso que gostei. O assédio é tão grande, que me senti praticamente uma "Britney" cercada por paparazzis (quer dizer, uma "Angelina"... ela é fina, combina mais comigo rsrsrs). Sem brincadeira.

Essa é Amem, uma chinesa bem novinha que quer sair pra passear comigo, treinar inglês e fazer compras hahaha

Bom, saí de Sihui antes de dar uma voltinha com elas. Na terça eu volto aguardando maiores emoções. Confesso que minha única preguiça é voltar a ouvir a mesma música o dia todo. Em frente ao meu hotel, tem uma loja de celular que está fazendo uma promoção de um aparelho que vem com um hit de uma banda chinesa famosa. Eles tocam a música rachando de alta, das 9hrs da manhã, até as 23hrs da noite. Sem-pa-rar-um-se-gun-do!! É um porrezinho...sabem aquelas musiquinhas melosas, grudentas, que parecem com aquela da Glória Estefan "If I could reeeeach, higher"...é exatamente isso. Só que em chinês. Eu não posso nem contar junto!! Confesso que a principio até achei que fosse em inglês. Juro que entendi umas frases aí...até cantava no inicio, mas depois que não era. Acho que faltava o som do tecladinho, por isso confundi. hahahahaha

Só pra finalizar. Descobri que não eram as meninas da recepção do hotel que me ligavam. As ligações são feitas diretamente dos quartos, sem precisar passar por elas, que também não sabem me dizer quem me ligou. A única certeza é que foi alguém do hotel. Um funcionário, hospede. Dá até um certo medo, por que se me liga, é por que sabe o número do meu quarto. Dá medo...


Bom, é isso. As notícias de Sihui voltam semana que vem.



=)



beijo!

Um comentário:

Mari Mauro disse...

ai que medo dessa pessoa que te liga... não atende não!
mas hein... chatinhas as garçonetes hein, paciência zero!hahaha
bjo