sábado, 9 de agosto de 2008

Vídeos no YouTube

Feiras em Sihui
Hong Kong
Propaganda de tv "Pure Cleanser"
Escorpiões
Guangzhou ao som de "Festa no apê" em chinês.
A resolução não é tão boa, mas os vídeos são bacanas!

Imagens

Resolvi colocar algumas imagens a mais de rua. Acho que estavam faltando. Elas são das duas cidades aonde estive, Sihui e Guangzhou. Abaixo de algumas, coloquei legendas simples, mas apenas pra rápida compreensão. É difícil fazer uma seleção quando se tem mais de 1500 fotos. Em breve colocarei mais algumas de Wenling e Hong Kong.

Venda de animais para consumo caseiro e de restaurantes


Delícias no meio da rua.



Feira de rua. Vende-se de tudo!





À noite, lá pelas 22hrs, o mercado ainda funciona!







O calor é de matar. A menor temperatura que peguei foi 35º. Por conta disso, as chinesas (que têm pavor ao sol) usam guarda-chuvas para se protegerem.



Dia raro. Céu azul em Guangzhou. Única vez!


Banheiro público. Sem porta entre os buracos e nem mesmo para a rua.

Gaiola humana

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Um Diário da China.

A primeira vez que soube que viria pra China, à trabalho, não sabia o que esperar. Estava numa mistura de ansiedade, euforia, mas ao mesmo tempo apavorada com o “outro mundo” que iria conhecer e sem saber se conseguiria desenvolver um bom trabalho. Depois de dois dias de viagem cheguei pelo aeroporto de Pequim e logo tive meu primeiro contato com uma grande característica das cidades grandes daqui: a poluição. Era tão forte, que quase não se via os prédios ao lado das pistas.

Fomos direto pra sala de embarque, não vi muita coisa, e a próxima parada foi já em Guangzhou, aonde passaria os próximos 5 dias. Neste momento, comecei a ver realmente o que seriam aqueles 20 dias. Ao descer e passar por todo aquele esquema normal de “entra na fila, preenche papel, imigração, raio x”, não parava um só segundo de olhar cada pedaço de concreto daquele aeroporto gigantesco, cada pessoa e, assim, permaneci até chegar ao hotel. Não queria perder um só detalhe, uma só novidade. Acho que nem piscando estava.

Estava descobrindo aquilo que todos sempre falaram. Que a China é outro “planeta”. Confesso que no início é assustador. A principio você não consegue se identificar com nada que está a sua volta. As pessoas são diferentes (óbvio!), as construções, os carros, o chão, as paredes, as árvores, o gosto da água, as maçanetas. Tinha a sensação de que aquilo não era real, mas com o tempo ela foi passando e essa “pouca identificação” foi dando lugar à uma vontade de que o tempo parasse e que aquele momento nunca acabasse.

Além de trabalhar muito, afinal de contas, fui lá para isso, conheci lugares incríveis, pessoas adoráveis e me joguei sem medo nessa viagem cultural e, com certeza, a mais incrível da minha vida. Estou muito feliz em poder dividir isso com mais pessoas e dizer o quanto uma viagem à China vale a pena, não só para o crescimento profissional, mas crescimento como ser humano.

Agora estou novamente aqui, mas dessa vez já sentindo um gosto completamente diferente. Aquela euforia toda já passou. Acredito, inclusive, que por causa dela, não tenha conhecido a fundo a essência e verdadeira importância das coisas. Até o trabalho está mais amadurecido. Quem trabalha com chineses, sabe que lidar com eles não é uma tarefa fácil. A ansiedade e a euforia iniciais foram substituídas por uma vontade de aproveitar mais cada minuto, perguntar mais, observar mais, com calma, cada cena, cada pessoa que passa, cada refeição, cada gesto e posso dizer, sem a menor dúvida, que a China passou a ser um lugar muito querido e um pouco meu.

Assim como me joguei nos pontos históricos, comportamentais e gastronômicos, também me joguei na moda, inclusive a do povo. E volto pra casa cheia de histórias pra contar, uma mala a mais de riquezas, vestidos bonitos, presentes de natal e um chinelo de borracha com uma flor gigante!

Agradeço demais por ter tido a oportunidade de conhecer esse lugar incrível, de um valor incalculável. Espero conseguir compartilhar bem esse pouco que vivi nessas minhas duas vindas pra cá e mostrar como viajar, estudar, trabalhar e conhecer um novo lugar, uma nova vida, sob uma nova ótica, é fundamental!
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Peço que relevem erros de português, como os de concordância e acentuação. Os textos foram muitos, o tempo foi relativamente pouco e, neste caso, me preocupei mais em prestar atenção ao conteúdo, que é o mais importante.
Peço desculpas pelo constante uso de gírias e outras expressões. Inicialmente, a idéia era escrever para minha família e amigos, portanto uso uma linguagem completamente informal.
Tentei passar tudo aquilo que vi diante dos meus olhos, com a maior sinceridade possível. Pode ser que tenha escrito algo equivocado e, portanto, as palavras aqui registradas não devem ser consideradas como totais verdades.

Comportamento

Os chineses têm lados opostos. São cordiais, super receptivos, mas ao mesmo tempo, encontramos alguns que parecem ter saído de outro lugar. Ainda bem que poucas vezes vivi a segunda parte. De ruim, apenas um taxista de me expulsou de dentro do carro semana passada e na primeira viagem, quando os policiais de um aeroporto “aproveitaram” que eu era estrangeira, mulher e sozinha, pra me dar um susto e me trancaram numa salinha à chave por meia hora. Nesse tempo eu pensei: “vou ser deportada?”, “vou virar comida?(sabe-se lá, chinês come de tudo)”, “presa?”... mas nada disso aconteceu. Assim que abriram a porta me devolveram o passaporte e só ouvi risadas com a frase “muito obrigado pela cooperação”. “Ok, foi um prazer”, deu vontade de dizer.
Bom, mas esses dois casos estão longe de caracterizar os chineses. Eles te cumprimentam, te ajudam, conversam com você, são curiosos. Esse último detalhe é o mais interessante. Posso dizer, com o perdão da piada, que vivi dias de “Britney” aqui. Em alguns lugares que passei, que eram muito pobres, as pessoas paravam e parecia que ficavam em estado de choque, me olhando. Já em restaurantes, as garçonetes não se acanhavam e vinham conversar comigo, às vezes até mesmo em chinês, mas a maioria queria era mesmo treinar o inglês. Três perguntas eram básicas e ouvia sempre: “De onde você é?”, “Qual o seu celular?” e “Podemos passear pra eu treinar meu inglês com você?”. Comentários particulares que alguns fizeram foi em relação ao meu cabelo cacheado: “é de verdade?”, ou ao tamanho dos meus olhos, bem grandes!
A cidade toda é tomada por motos. Elas estão em todos os lugares, na rua, calçadas. O mais interessante é ver as mulheres em cima das suas. As chinesas são super arrumadas e mesmo pra andarem de moto não abrem mão do salto alto, da saia e da bolsinha na mão.
Falando em moto, o trânsito aqui é uma coisa incrível. Pedestres, carros, bicicletas e carroças andam nas ruas ao mesmo tempo, misturados, bagunçados. Desde o principio me perguntei como nunca vi um atropelamento sequer. Os sinais existem, mas num cruzamento, por exemplo, o sinal abre para dois sentidos ao mesmo tempo e começa uma bagunça e buzinação desenfreada! É uma loucura.


Namoro/Amizade: O relacionamento entre chineses é bem diferente do que o dos brasileiros. Entre os jovens, amigos andam em bandos e as amigas de braços dados. Até os 17 anos, não se pensa em namoro. Isso começa acontecer entre os 18/19 anos. Quando conhecem alguém que gostam, passam mais tempo juntos e depois começam namorar, mas em casa. É assim por quase todo namoro. Nas ruas, a discrição é fundamental. Você sabe que está diante de um casal de namorados, quando vê duas pessoas de mãos dadas. Mas não espere ver beijos e abraços, isso não acontece.

Quando chegam perto dos 23/24 anos é hora deles começarem a se preparar para o casório. E aí, podem pensar em sexo. Antes disso, é totalmente incomum. Nunca vi um noivo, mas já tive o grande prazer de ver duas noivas lindíssimas. Uma de dourado, super luxuosa, em Wenling. A outra de pérola, menos exuberante, mas tão linda quanto. Os babados são muitos e a flores sempre vermelhas, presas por um broche. Os casamentos que vi foram realizados em hotéis e no final da cerimônia, todos os parentes se unem no restaurante do local, pra um grande jantar, sempre cheios de comidas diferentes (as melhores!!) muita falação e sorrisos de sobra!


** Participei de um jantar de aniversário de um chinesinho que fez um ano. O nome dele é Fhelippo, filho de uma chinesa muito querida, a Jennifer. (Bom, os nomes realmente podem causar algum estranhamento, mas aqui, pra cada nome Chinês existe um nome americano correspondente. Ainda bem, facilitam a nossa vida!). Cada restaurante possui um monte de mesas juntas, como em qualquer outro, mas também possui mesas em salas separadas, pra algum evento reservado, ou algo do tipo. No aniversário de Fhelippo foi assim. Estava a família, dois amigos e eu, apavorada, com medo de fazer feio! As comidas começaram a chegar em tigelas imensas. Nesses jantares comemorativos, eles pedem muita comida e as melhores. Não importa se existem poucas pessoas na mesa e muita comida! O importante é receber os amigos com o que há de melhor e celebrar com pompa a data especial. E foi especial mesmo. Pra eles, que estavam felizes, e pra mim, que fiquei lisonjeada com um convite desses e tive uma noite única.

Este bochechudo lindo é Fhelippo. Ao fundo é seu avô paterno, de vermelho é seu pai e a moça querida é sua mãe, Zhang, ou Jennifer!

Moda

Bom, trabalho com moda e isso deveria fazer desta parte de texto mais fácil, certo? Errado. Ela é tão diversificada e possui tantas características peculiares, que se torna algo muito difícil. Vamos começar falando um pouquinho de mercado.
Todos sabem que a China tem se desenvolvido cada vez mais rápido e caminha para se tornar no próximo grande império cultural e econômico do mundo. Os chineses são criticados por serem os melhores alunos do capitalismo neoliberal. Produzem muito, barato e exportam para todo o lado.
Em relação à indústria têxtil, especificamente, a competitividade já incomoda há algum tempo e, agora vai incomodar ainda mais. O enorme investimento, humano e em recursos, que os chineses vêm fazendo nas novas tecnologias e na inovação é imenso. Já se foi a época em que se contentavam em fabricar panos baratos.
Hoje, a China, com a globalização e suas oportunidades de negócios à escala planetária, sua competitividade e sua produção intensiva e de baixo custo possui muito mais agressividade empresarial nos mercados.
Li esses últimos dias que, numa pesquisa realizada sobre mercado de vestuário entre trinta grandes países, em termos da dimensão, perspectivas de crescimento e riqueza de consumidores, a China ocupa o segundo lugar no inquérito (o primeiro ainda é do Japão) e o primeiro em vendas com um total de 93,5bilhões de dólares por ano!
O mercado chinês continua altamente fragmentado em cadeias retalhistas e tem-se observado um crescimento de cidades pequenas e independentes. Isso engloba, inclusive, a área rural, que agora vai tornar-se um grande cenário dessa guerra varejista.
As maiores concentrações estão em Xangai, cidade que vem crescido na área da moda e que afirmam entrar, em breve, na lista das 4 maiores capitais da moda do mundo. Os chineses separam a China de Hong Kong em tudo, já que ainda não voltou a ter a soberania da cidade. Pros chineses (de qualquer parte) viajarem pra Hong Kong, é preciso ter visto.
Ousarei, então, tomar posse dessas características e fazer a mesma divisão, até por que o comportamento de mercados nas duas regiões é bem diferente.
Na China, grande parte do aumento de vendas do vestuário se deve a um afluente da classe média emergente. Este grupo possui o hábito de comprar regularmente vestuário de baixo custo para uso diário e compra de uma a três peças de grandes marcas para ocasiões especiais. Preço continua a ser o critério mais importante nas decisões de compra, seguido de qualidade, marca, design e as compras de objetos de decoração.
Na cabeça desses consumidores e quase todos os outros, não basta comprar alguma coisa, porque é uma grande marca. Há uma procura crescente de individualidade e auto-expressão, bem como a otimização dos recursos. Você pode encontrar no armário de uma chinesa uma mala Louis Vuitton, mas também itens mais baratos como um jeans de marca desconhecida e um acessório de plástico, que também contribuem pra expressar sua individualidade.
Eu, particularmente, acho que este comportamento irá mudar muito em breve, para o que já usa ver em Honk Kong. O rápido desenvolvimento econômico levou a um grande aumento da classe média. Ela agora é estimada em 300 milhões de pessoas. Os milionários somam 340 mil. Isto torna o consumo a força motriz da economia chinesa à frente das exportações e dos investimentos e do consumo privado. As vendas, por exemplo, de vestuário e cosméticos é substancialmente mais elevado do que outros países.Em algumas das principais cidades da China, como Pequim, Guangzhou e Xangai, a demanda por artigos de luxo está aumentando. Em Hong Kong já é assim. Pro público consumidor, a imagem é tudo e por isso, moda e design são duas coisas extremamente importantes pra eles. Marcas estrangeiras são as mais fortes neste mercado de vestuário de luxo, uma vez que os consumidores tendem a favorecer aquelas que podem ser facilmente reconhecidas pelos outros, super-marcas têm uma forte espera. Algumas como Louis Vuitton, Chanel, Burberry e Gucci são os maiores vencedores e é quase impossível sair às ruas sem se deparar com alguma peça de várias delas.
Mesmo Hong Kong sendo mais forte no que diz respeito ao conhecimento de moda, é em Xangai que o poder de compra é maior. Os salários são os mais altos da China e aqui é até apelidada como a Paris do Oriente. Cada vez mais a cidade se torna uma “criadora” de tendências e tem-se investido em bolsas e programas educativos para maior profissionalização dos estudantes de moda.
A associação “China Fashion Designer”, criou essa bolsa a fim de apoiar grandes estilistas. Ela destina-se a descobrir jovens estilistas e designers e incentivá-los a ir para fora do país para obter inspiração. Ao longo dos últimos quatro anos, a bolsa patrocinou mais de 30 alunos que viajaram para algum lugar do mundo para reforçar suas carreiras.



Compras: É sabida a tamanha diferença nos preços dos produtos comprados na China. Isso de deve a dois grandes fatores. A moeda é desvalorizada, apesar de estar apresentando rápida recuperação. Um dólar vale 6.80 dólares de Hong Kong, ou 6,80 yuans no restante da China. Fora isso, eles não pagam impostos e não possuem leis rígidas para importação. Só este último fato já seria suficiente pro preço de um produto ser de 20% a 30% mais barato. Dependendo da categoria de luxo, pode chegar a 50% em Hong Kong, onde marcas de luxo criam especialmente para este mercado interno.
É possível fazer compras com uma diferença de preço que parece piada. Comprei em Hong Kong, um kit de maquiagem da Lancôme para dar de presente de Dias das Mães. Nele coloquei um batom, uma base líquida, um lápis de sobrancelha e ainda comprei um batom para mim. Numa compra dessas, gastaria no Brasil algo em torno de R$ 460 reais, no entanto, paguei R$170,00 e ainda ganhei um kit anti-idade que aqui, faria esses quatrocentos e sessenta se transformarem em mil reais.

Isso foi no Sogo, shopping famoso na China, que também existe em outros lugares, como Pequim. Em Hong Kong ele é um dos inúmeros shoppings subterrâneos da cidade. Os turistas que andam no meio da cidade, não imaginam que bem de baixo de seus pés existem muitos metros, talvez quilômetros de shoppings. Além de marcas de luxo famosas, existem várias outras locais, também de luxo. Não existe separação entre eles, que são conectados apenas por corredores.

Falsificado: Nas ruas de qualquer cidade da China, é comum se deparar com pelo menos um acessório de uma marca famosa a cada quarteirão. Mas está cada vez mais difícil reconhecer quando este acessório é verdadeiro, ou apenas mais uma das famosas falsificações daqui. Ainda existem aquelas óbvias, mas a melhora na qualidade é definitivamente indiscutível. Existem lojas especializadas em réplicas. Em Xangai existe até um shopping delas. Os responsáveis pelos falsificados têm percebido essa nova mudança do mercado e tem corrido atrás. E posso dizer, sem dúvidas, que estão muito bem.
Tive a oportunidade de ver isso bem claramente. Tive nas mãos uma bolsa da Prada, original, que custava mais ou menos R$ 660,00. Vi uma réplica desta mesma peça e o choque foi imenso. As duas eram idênticas. Tanto por fora, quanto por dentro. Esta custava R$226,00.
Com este exemplo, também dá pra ser perceber que, as falsificações estão cada vez mais perfeitas, mas o preço acompanha a evolução. Se for olhar pelo exemplo das bolsas, os preços estão bem próximos. É claro, um valor é quase um terço do outro, mas quem compraria uma réplica desse valor, se pode juntar mais um pouco e comprar uma original? Este é um sinal de que essa evolução dos “fakes” irá atingir diretamente o preço dos originais, que ficarão, sem dúvidas, mais caro em breve.
Enquanto isso não acontece, ainda dá tempo de aproveitar. Entre minhas caminhadas por Guangzhou (que não foram poucas) e minhas vasculhadas, achei uma loja com peças únicas de estilistas orientais e europeus famosos. A vontade era de levar tudo, mas praticamente estou levando a China embora comigo. Por conta disso, só pude comprar duas peças, mas que já valeram muito a pena. Uma blusa de algodão da francesa Lanvin, bordada, por R$120,00 e uma de seda pura estampada da marca Belga Dries Van Noten, por R$94,00. Mas já está mais do que maravilhoso!

Lição: Antes de sair comprando produtos falsificados, dê uma volta geral e entre sem medo em lojas de marcas que goste. Às vezes a surpresa pode ser boa, como foi a minha. Às vezes paga-se caro pela cópia, quando a original custa algo bem próximo e possível.


CHINESAS!
As chinesas são graciosas e super vaidosas. As produções parecem que foram minuciosamente pensadas. A maquiagem é basicamente a mesma. Bochechas bem rosadas, batom sem cor e rímel. Andei reparando a nova moda da sombra verde, que vi muitas vezes nas ruas.
As peles variam. A maioria das chinesas, ao contrário do que muitos pensam, têm uma pele bem manchada. Outras, branquinhas, que parecem pêssego e com cara de mais “abastecidas” financeiramente. Reparei isso desde o início, mas nada como uma boa vasculhada pra descobrir o segredo! Aqui na China é febre um produto que na tv, num canal de vendas, eles chamam de “Pure Cleanser”. Na verdade é um kit, que consiste em um esfoliante, uma máscara que retira as camadas mortas aos poucos, assim como manchas, pêlos e cravos, um tônico e um hidratante. Parece milagre na tv. E nas ruas também. O kit custa uma fortuna e marcas famosas de cosméticos já vendem estes mesmos produtos aqui como a Dior, Lancôme, Yves Saint Laurent, Clinique e Chanel. Confesso que comprei um pra experimentar, mais barato, claro, mas ainda não posso dar meu relato sobre os reais efeitos, já que comecei a passar há apenas dois dias.
Os cabelos passam longe do oriental escuro e liso. A maioria das chinesas tem feito de tudo em suas madeixas. O que mais se vê, são cabelos com permanente e desfiado atrás, da altura da nuca, até as pontas. As franjas continuam lisas. As que preferem permanecer com o liso natural, abusam das franjas e também aderem ao corte desfiado. As mais elegantes, usam franjão com um rabo de cavalo, ou coque, ou então cabelos soltos e muito bem cuidados e modelados com bobs. Mechas loiras e pinturas castanho avermelhado, também vi bastante.
A moda do vestuário chinês atual, está resumida em vestidos e saias, aliados em mil babados, rendas e pedraria, ou então com laços e lenços volumosos. Reparei em três estilos muito fortes nas ruas de Guangzhou e Hong Kong.





O primeiro
Consiste num estilo mais hippie chique despojado. Saias de tecidos volumosos em várias camadas, misturadas com blusas largas e compridas, jaquetas e um grande lenço no pescoço. Ou, então, vestidos largos e cheios de camadas, pontas soltas e sem bainha. Tudo sem marcação de cintura e, na maioria das vezes, de algodão e buclé.




O segundo
Num estilo mais feminino e chique. São vestidos de tecidos mais finos e fluidos, acinturados, com corte reto, às vezes em camadas de babados (mas sem volume), com padronagens delicadas.






O terceiro
É um executivo moderno. Camisas básicas, ou de babados no meio, com blaser com corte seco e acinturado, acompanhado de calça, bermuda, ou saia e o lenço no pescoço(sempre estampado) amarrado em formato de gravata.





O lenço entra em todos esses três estilos e em várias outras composições que vi nas ruas. Normalmente em tecidos fluidos, e sempre estampados.

Entre as mais jovens, também vemos o uso do lenço, mas o uso de gravatas com camisas pólo tem sido muito comum. Em algumas lojas, entrei e perguntei sobre moda adolescente e descobri que, entre elas, a marca mais vendida, amada e idolatrada é a americana “Emily The Strange”. Os preços são altos, podendo uma camiseta sem nada custar R$ 100,00. A marca é tão querida e vendida, que também já caiu no mercado de “réplicas”.




A vontade que dá, é a de ficar sentada num ponto estratégico, só observando, cada uma das produções. As chinesas possuem um imenso senso fashion e estão sempre muito bem arrumadas, delicadas, femininas. Até as menos dotadas desse modernismo conseguem ser agradáveis, com seus chinelos de borracha com flores gigantes, que aparecem a quilômetros de distância. Este é a febre no meio mais popular.

Chás

Os chineses adoram chá. Eles se preocupam muito mais com o tipo e com seus convidados do que exatamente servi-lo. O chá é considerado na China como “a coisa mais bela da natureza” e cada tigela de chá simboliza o reflexo da vida como um todo, em todos os seus aspectos. A arte chinesa de preparar chá chama-se “Cha Dao”.
Comprei vários tipos de chá. O chá verde, o chá verde “kung fu”, o chá preto, jasmim, de rosas e flores brancas. O preço de um mesmo chá pode variar absurdamente dependendo da qualidade de suas folhas. Um chá verde comum, por exemplo, pode ser comprado por R$ 7,00 /500g e o “Kung Fu”, considerado um dos mais especiais, pode chegar a custar R$ 192,00 / 500g.



CHÁ VERDE
Segundo a lenda chinesa o imperador Shen Nong estava no pátio do seu palácio bebendo uma taça de água quente quando uma folha veio, trazida pelo vento, e caiu em sua taça. Ele de curiosidade experimentou e surpreendeu-se com um sabor agradável. Mais ainda, a bebida deu conforto no estômago e disposição.
Animado com sua descoberta, mandou seus guardas encontrarem a árvore de onde tinha saído a folha, e em seguida plantou muitas mudas para que seus súditos também pudessem apreciar essa nova bebida. Estava descoberto o chá verde.
Ao longo dos anos a cultura e o hábito de tomar chá foram se sofisticando, e surgiram muitos tipos de chá. Além do chá verde, há o chá preto (que é fermentado), o chá oolong (esse semifermentado), e finalmente o chá branco, feito exclusivamente com brotos e folhas jovens.


CHÁ PRETO

Esses chás possuem substâncias que são as responsáveis pelos benefícios a saúde como prevenção de várias doenças como câncer, pressão alta e aterosclerose, além de proteger a mucosa do estômago e do intestino. O chá verde contém um pouco de cafeína então é também uma bebida estimulante.
Um chá verde diferente que conheci nos meus dias em Guangzhou foi o “Kung Fu Green Tea”, que tem os efeitos mais abundantes de todos os chás verdes. Além de todos aqueles já citados, ainda possuem subminerais, aminoácidos, elementos botânicos, vitaminas e é bom para o cérebro, fortalece os dentes, deixa a pele mais macia e flexível, extrai efeitos de substâncias tóxicas ingeridas por fumantes e pessoas que possuem o hábito de beber.


JASMIM

Na China também é comum o chá de jasmim. Este, dizem ser bom para perder peso e para a beleza, por ajudar o corpo a liberar toxinas. Como os outros chás, possue também suas variações de qualidade, mas ainda inclui o de formas. Podemos encontrar em pequenos brotos enroscados, brotos maiores, a flor única que se abre e a flor que abre e forma um triangulo lindo de se ver. O sabor é adocicado e suave.






GINSENG
Entre as propriedades dos compostos presentes na sua raíz, contam-se principalmente a capacidade de ajudar o corpo a adaptar-se ao cansaço, stress emocional e mental, calor, frio e até à fome. Como potente erva medicinal que é, estimula o sistema nervoso (estimula o sistema pituitário-adrenocortical), encoraja a secreção de hormonas, provoca a baixa da quantidade de açúcar no sangue e colestrol. É usada em tratamentos de doenças associadas à idade avançada, falta de apetite, insónia, broquite, asma, irritacões digestivas, diabetes, stress, etc. O ginseng amplifica também a acção do sistema imunitário (inibe o crecimento de tumores cancerígenos) e auxilia as funções hepáticas (estimula o metabolismo de alcoóis - estimula a alcoól desidrogenase).

Mas é importante fixar que esses mesmo chás, que tanto ajudam à saúde, podem ser prejudiciais se consumidos em excesso. O Ginseng por exemplo, age diretamente no sistema nervoso central e o chá verde possui cafeína, que todos sabem não fazer bem em grande quantidade.



OUTROS CHÁS

rosas


crisântemo