sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Um Diário da China.

A primeira vez que soube que viria pra China, à trabalho, não sabia o que esperar. Estava numa mistura de ansiedade, euforia, mas ao mesmo tempo apavorada com o “outro mundo” que iria conhecer e sem saber se conseguiria desenvolver um bom trabalho. Depois de dois dias de viagem cheguei pelo aeroporto de Pequim e logo tive meu primeiro contato com uma grande característica das cidades grandes daqui: a poluição. Era tão forte, que quase não se via os prédios ao lado das pistas.

Fomos direto pra sala de embarque, não vi muita coisa, e a próxima parada foi já em Guangzhou, aonde passaria os próximos 5 dias. Neste momento, comecei a ver realmente o que seriam aqueles 20 dias. Ao descer e passar por todo aquele esquema normal de “entra na fila, preenche papel, imigração, raio x”, não parava um só segundo de olhar cada pedaço de concreto daquele aeroporto gigantesco, cada pessoa e, assim, permaneci até chegar ao hotel. Não queria perder um só detalhe, uma só novidade. Acho que nem piscando estava.

Estava descobrindo aquilo que todos sempre falaram. Que a China é outro “planeta”. Confesso que no início é assustador. A principio você não consegue se identificar com nada que está a sua volta. As pessoas são diferentes (óbvio!), as construções, os carros, o chão, as paredes, as árvores, o gosto da água, as maçanetas. Tinha a sensação de que aquilo não era real, mas com o tempo ela foi passando e essa “pouca identificação” foi dando lugar à uma vontade de que o tempo parasse e que aquele momento nunca acabasse.

Além de trabalhar muito, afinal de contas, fui lá para isso, conheci lugares incríveis, pessoas adoráveis e me joguei sem medo nessa viagem cultural e, com certeza, a mais incrível da minha vida. Estou muito feliz em poder dividir isso com mais pessoas e dizer o quanto uma viagem à China vale a pena, não só para o crescimento profissional, mas crescimento como ser humano.

Agora estou novamente aqui, mas dessa vez já sentindo um gosto completamente diferente. Aquela euforia toda já passou. Acredito, inclusive, que por causa dela, não tenha conhecido a fundo a essência e verdadeira importância das coisas. Até o trabalho está mais amadurecido. Quem trabalha com chineses, sabe que lidar com eles não é uma tarefa fácil. A ansiedade e a euforia iniciais foram substituídas por uma vontade de aproveitar mais cada minuto, perguntar mais, observar mais, com calma, cada cena, cada pessoa que passa, cada refeição, cada gesto e posso dizer, sem a menor dúvida, que a China passou a ser um lugar muito querido e um pouco meu.

Assim como me joguei nos pontos históricos, comportamentais e gastronômicos, também me joguei na moda, inclusive a do povo. E volto pra casa cheia de histórias pra contar, uma mala a mais de riquezas, vestidos bonitos, presentes de natal e um chinelo de borracha com uma flor gigante!

Agradeço demais por ter tido a oportunidade de conhecer esse lugar incrível, de um valor incalculável. Espero conseguir compartilhar bem esse pouco que vivi nessas minhas duas vindas pra cá e mostrar como viajar, estudar, trabalhar e conhecer um novo lugar, uma nova vida, sob uma nova ótica, é fundamental!
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Peço que relevem erros de português, como os de concordância e acentuação. Os textos foram muitos, o tempo foi relativamente pouco e, neste caso, me preocupei mais em prestar atenção ao conteúdo, que é o mais importante.
Peço desculpas pelo constante uso de gírias e outras expressões. Inicialmente, a idéia era escrever para minha família e amigos, portanto uso uma linguagem completamente informal.
Tentei passar tudo aquilo que vi diante dos meus olhos, com a maior sinceridade possível. Pode ser que tenha escrito algo equivocado e, portanto, as palavras aqui registradas não devem ser consideradas como totais verdades.

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